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No cenário de um dos julgamentos mais marcantes da história de Mato Grosso do Sul, o veredicto do júri popular deixou todos surpresos. Jamil Name Filho, uma figura conhecida no estado, foi condenado a 23 anos e seis meses de prisão por ser o mandante do assassinato do estudante Matheus Coutinho Xavier, ocorrido em abril de 2019.

A leitura da sentença, realizada na noite desta quarta-feira (19) pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, foi aguardada com grande expectativa. Além de Jamil Name Filho, o ex-guarda civil Marcelo Rios e o policial aposentado Vladenilson Olmedo também foram considerados culpados e receberam penas severas por homicídio duplamente qualificado e porte ilegal de arma. Rios ainda foi condenado por interceptação.
Os jurados deliberaram e condenaram Jamil Name Filho, Marcelo Rios e Vladenilson Daniel Olmedo. Jamilzinho recebeu uma pena de 23 anos e seis meses de prisão por homicídio duplamente qualificado e porte ilegal de arma. Rios foi condenado a 23 anos de prisão por homicídio qualificado, porte ilegal de arma e receptação, totalizando uma sentença de 23 anos. Olmedo recebeu uma pena de 21 anos e 6 meses pelos mesmos crimes
O julgamento foi repleto de momentos emocionantes, como as lágrimas de Jamilzinho, como é conhecido o filho do mandante, ao lembrar do pai. Ele precisou ser retirado do local antes mesmo de receber a condenação. Os detalhes dos três dias de júri popular foram intensos e reveladores.
Primeiro dia: Os depoimentos que mudaram tudo
No primeiro dia do julgamento, a audiência durou cerca de 9 horas, com grupos de policiais de elite cercando o Fórum de Campo Grande para garantir a segurança. Os primeiros depoimentos foram impactantes, especialmente os da delegada Daniela Kades Garcia e do delegado Tiago Macedo dos Santos, que apresentaram evidências cruciais, como ligações, rastreamento de tornozeleiras eletrônicas e transferências bancárias, que ligaram Marcelo Rios e Vladenilson Olmedo ao crime.
Segundo dia: Revelações e testemunhos emocionantes
O segundo dia do julgamento foi longo, com mais de 11 horas de duração, e foi marcado por depoimentos reveladores. A delegada José Paulo Sartori, que fez parte da força-tarefa que investigou o assassinato de Matheus, afirmou categoricamente que o crime foi uma emboscada encomendada por Jamil Name e Jamilzinho Filho. As testemunhas de defesa também foram ouvidas, mas os réus negaram qualquer envolvimento no assassinato.
Terceiro dia: Debates intensos e um apelo por justiça
No último dia do julgamento, os debates entre defesa e acusação foram acalorados. Os promotores e assistentes de acusação tiveram a oportunidade de apresentar suas teses, enquanto a mãe de Matheus, Cristiane Coutinho, fez um emocionante apelo por justiça, relatando a dor de enterrar seu filho em um caixão fechado devido à brutalidade do crime.
O veredito final trouxe alívio para a família de Matheus e para todos aqueles que acreditam na justiça. O julgamento histórico revelou os meandros sombrios de uma trama que culminou na morte de um jovem promissor. Agora, Mato Grosso do Sul espera que essa sentença seja um marco para a transformação e o fortalecimento do sistema judicial, garantindo que ninguém esteja acima da lei.
